Lírios
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Abri os olhos da vida
Visão da providência e aragem
As rameiras de flores selvagens
O trigo que nasceu no campo
Grãos mortos que ressuscitaram
As chuvas do verão venturado
O beijo mortal do arado
Que rasga o cascalho dourado
Nas colinas azuis e ciprestes
As aves de ninhos silvestres
Neblina que goteja orvalho
Sombra debaixo do carvalho
E eu apenas olhando
Vislumbre efêmero contemplando
Os lírios do campo florescendo
O sol da manhã nascendo
Descanso régio de minha alma
Cálice da paciência
Sorvendo da celeste sapiência
A esperança da graça divinal
Bebo deste manancial
E adormeço nos braços da eternidade
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Clavio J. Jacinto
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