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segunda-feira, 27 de abril de 2020

Chão da Minha Alma




Transbordante é o frio orvalho mais doce
Entre os lírios brancos de meus choros
Como torrentes de bálsamos aromáticos
Mais fértil que absinto de tempestades errantes

As borboletas flutuantes suspensas em mim
O néctar nesse admirável mundo novo
Fraudes de uma distopia que encanta cegos
Eu sou testemunha dessas sentinelas estelares

Eu grito ao vento que fere o hibisco
Minha  voz  empoeirada  desse submundo
Naufrágios abissais de todas as minhas angustias
Portais caídos de todos meus desesperos

Mas os braços eternos da misericórdia
Colhem os coágulos acentuado de meus clamores
As dores fragmentadas dos meus lamentos
Semeando elas na fecundidade do amor divino.



CLAVIO J. JACINTO

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