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quarta-feira, 11 de março de 2020

Porto das Tempestades


Porto das Tempestades


I
O pecado jaz ao tributo das calamidades
Quis eu sonhar nessas ervas rasteiras cantando
Nos vendavais não ergo minhas ternuras
Pois se o sol nascesse diante de mim
Que brilho tem a luz para o cego?
II
Vi um anjo caído ao longe que bebia
A erva que suava tais absintos de rebeldias
Orvalhos desses redemoinhos abissais
Minha alma tremia nesses bosques cinzentos
Mar de meus fracassos rios de meus desânimos
III
Que alvuras prestes ausentes
Dessas rosas negras aqui presentes nesse subsolo
Muros caídos desses corações baldios
Túmulos envelhecidos moradas de iniqüidades
Ondas de meus lamentos sedentários
IV
Do auge de minhas misérias mão pura que socorre
Como lâmpada que aquece e alumia um morto
Oriente de todas as suplicas num cálice de substituição
Quando respirava a ultima agonia da ignomínia
Um manso Cordeiro tragou todas as minhas mortandades.
(Clavio J. Jacinto)

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