Porto
das Tempestades
I
O
pecado jaz ao tributo das calamidades
Quis
eu sonhar nessas ervas rasteiras cantando
Nos
vendavais não ergo minhas ternuras
Pois
se o sol nascesse diante de mim
Que
brilho tem a luz para o cego?
II
Vi
um anjo caído ao longe que bebia
A
erva que suava tais absintos de rebeldias
Orvalhos
desses redemoinhos abissais
Minha
alma tremia nesses bosques cinzentos
Mar
de meus fracassos rios de meus desânimos
III
Que
alvuras prestes ausentes
Dessas
rosas negras aqui presentes nesse subsolo
Muros
caídos desses corações baldios
Túmulos
envelhecidos moradas de iniqüidades
Ondas
de meus lamentos sedentários
IV
Do
auge de minhas misérias mão pura que socorre
Como
lâmpada que aquece e alumia um morto
Oriente
de todas as suplicas num cálice de substituição
Quando
respirava a ultima agonia da ignomínia
Um
manso Cordeiro tragou todas as minhas mortandades.
(Clavio
J. Jacinto)