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terça-feira, 28 de maio de 2019

Ártico Outono


Quando em estigmas o amor sangrar
Como as águas das nascentes que flui
Nas vertentes internas de uma terra ferida
Num beco de cicatrizes sem uma saída

Quando a noite da alma clamar
Nas entranhas do destino de nossas dores
As lagrimas que que acalenta a chaga dolorida
Nessas veredas que desembocam na vida

Quando em brevidades eu tanto sonhar
Nos céus que desabam em dissabores
Teria eu nesses dotes da lagrimas paridas
Um poema de laços apertados e faias perdidas

Pois que de flores e arbustos, a sorte a clamar
Nos jardins desses ventos em lençóis de cores
Vi as lareiras de fogos as chamas atrevidas
Devorando as noites com a chama aquecida

Entre espinhos de aço que dançam á rasgar
O pensamento dessas pétalas que faz réu as flores
Nas colunas do carvalho e musgos na pedra batida
Fugi dos toneis de perfume, a primavera banida

Como na manhã que em silencio faz despertar
Os insetos que cantaram a noite de horrores
Eu pergunto para minha alma doce e querida
Para onde levam as veredas que desembocam na vida?

Clavio J. Jacinto

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