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sexta-feira, 31 de maio de 2019

Carceres e Portas


Libertai o amor que chora
É melhor que o amor seja livre
Ainda que liberto, vá embora
Pois o amor por si mesmo vive

Se preso o amor tanto lamentará
Um carcere não lapida bons sentimentos
Liberte o amor e ele  solto, fugirá
Por finadas lagrimas e bons unguentos

Livre o amor trará tantas alegrias
Como o tempo que semeia da tarde escuridão
As estrelas que brilham nas noites mais frias
Acesas, alumiam o amor livre no coração



Clavio J. Jacinto

Em Oração


Em Oração


Em santa oração nos rendemos
Como um ramo que depende da videira
Em comunhão com Deus bendizemos
Na consagrada devoção da vida inteira

Em santa oração prostrados adoremos
Em sentimentos sinceros e verdadeiros
Pelas graças diárias agradecemos
Ao Deus bondoso, protetor e conselheiro

Em santa oração, sempre intercedendo
Clamando pelo mundo que vive em escuridão
Pois a glória do evangelho vai se mantendo
Quando anunciamos aos perdidos a salvação

Em santa oração e mais  quebrantados
Em contrição bendita e voz fervorosa
Oremos a Deus em fraqueza e humilhados
E o Senhor nos responde com mãos poderosas

Clavio J. Jacinto

terça-feira, 28 de maio de 2019

Ártico Outono


Quando em estigmas o amor sangrar
Como as águas das nascentes que flui
Nas vertentes internas de uma terra ferida
Num beco de cicatrizes sem uma saída

Quando a noite da alma clamar
Nas entranhas do destino de nossas dores
As lagrimas que que acalenta a chaga dolorida
Nessas veredas que desembocam na vida

Quando em brevidades eu tanto sonhar
Nos céus que desabam em dissabores
Teria eu nesses dotes da lagrimas paridas
Um poema de laços apertados e faias perdidas

Pois que de flores e arbustos, a sorte a clamar
Nos jardins desses ventos em lençóis de cores
Vi as lareiras de fogos as chamas atrevidas
Devorando as noites com a chama aquecida

Entre espinhos de aço que dançam á rasgar
O pensamento dessas pétalas que faz réu as flores
Nas colunas do carvalho e musgos na pedra batida
Fugi dos toneis de perfume, a primavera banida

Como na manhã que em silencio faz despertar
Os insetos que cantaram a noite de horrores
Eu pergunto para minha alma doce e querida
Para onde levam as veredas que desembocam na vida?

Clavio J. Jacinto

Alma Presente




Que dessa lapide eu choro em vão
Pois minha alma triste vai e labora
Nas recamaras distintas além rincões
Aonde distinta vida vai embora
Nas correrias eternais em mim mansões
Por vaus em peregrinações afora
O frio calamitoso que se vá avante
Na rosa que num campo desflora
A ida que se foi num etéreo instante
Na despedida que meu ser ri e chora
Da escada de Jacó ao terceiro piso
Minha alma recolhida, nos recônditos de cima
Nas salas palacianas do Paraíso.



Clavio J. Jacinto

sábado, 25 de maio de 2019

Amor


sexta-feira, 24 de maio de 2019

Alarido




O vento carrega as nuvens paras os montes
Nevoas que escorrem pela relva da noite
Realce do mistério do amanhecer do cais
Como fugas de tentáculos de severas saudades
 Que apertam a alma na agonia
Até que caia sem vida nessa lapide fria

Os pássaros cantos e me dá outros calafrios
Como nas vésperas de ano velho, depois que passam
Nas caladas do tempo que se quebram na praia da vida
Quais vias de rostos enrugados, leitos das lágrimas
Que apertam o coração nessa lapide fria
Até que caiam sombras das lembranças de tal agonia

Quando os póstumos círculos desse vicio se quebra
Num retumbante sopro do coração cansado
Quando as lamentações empoçam na rua solitária
Nas calamidades de todos os faustos desejos
Redobro meus colossais gritos de vozes na lamuria
Para fazer ressoar do peito a frieza dessas carpiduras.



Clavio J. Jacinto

terça-feira, 14 de maio de 2019

Grito Sonoro





Quando as nuvens escondem a dor noturna
Essas lamentações feitas de orvalhos frios
Num tempo que balança no pendulo da dor
As ondas de densas e fortes calamidades

Quando a noite esconde as cores das flores
As recamaras das estrelas em vastidões de ecos
Gritos soníferos e um coração partido
Nas caladas de breves ausências nupciais

Tudo se rebela como folhas sem destino
Num caustico e mais violento desatino
Nesse tormento a beira lúdica do cais

Num torvelinho de tristes gemidos
De chagas abertas por quem do mundo ferido
Cala-se para libertar-se de todos víscidos ais.

Clavio J. Jacinto