Sou árido meu deserto
sem flores
Ártico ermo sem gelo e frio em vão
Sou rua descalça na esquina da solidão
Vale desamparado na imensidão
Sou jardim desterrado e sem rosas
Bosque sem frutas silvestres e amoras
Sou noite perdida no céu sem silencio
Campina revestida de capins sem ventos
Estou sedento das
águas do ar
Oceano invisível de alma refrescante
Que nas madrugadas da minha vida
Destilam o orvalho em meus instantes
Vem orvalho de cada pão de frescor
Irriga meu deserto e fertiliza meus sonhos
Porque depois da noite, vem gloriosa aurora
Das consolações divinas, a alma não chora
Que desse intimo ermo a boa ausência
Que de paginas da minha vida carente
Se não me deres o orvalho da noite
Dá-me então a luz da sarça ardente
(Clavio J. Jacinto)
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