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sexta-feira, 8 de junho de 2018

A CHUVA CAI



Deixei  meus ouvidos caírem na palha seca
Dos barros dessa estrada triste e empoeirada
Alma de tijolos e fundamento de faróis apagados
A tempestade que mistura pó e medo

A chuva cai torrencial nas copas das montanhas
Descem  furiosas as águas desses tormentos
Invade as casas dos homens e almas reprimidas
O choro não protege nem os lamentos evitam

A tenda de areia cai e o homem morre
As donzelas afogam os sonhos da infância
Quem pode semear a dura prova de tantos ventos?
Se recalcado, o sopro incólume contra esperança?

Um dilúvio em taças as louças da inundação
Afogam  os lamentos de tantos pesares sem portos
Depois das tormentas os ditos mortos
Choram na angustia o prado da devastação

Como num toque de uivo do vento em vinhos
Embriagam o destino destes tristes caminhos
Oh, nas praias desse sulco de trovões tão frios
Insensato homem que ergue repouso na beira rio


Clavio J. Jacinto

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