As ondas
Como vem chorando essa tempestade
Dançando na chuva de verão
Invade meu pobre coração
Como praia sem jardim
As canções de nupcias das estações
O doce sabor dos melões
Vem as ondas como substancia de ventos
Na levedura de pão sem miolo
Tomando as pedras da minha alma
Irrigando com violencia carinhosa
As partes condolentes do meu intimo
Ondas que escorregam pelo arco-iris
Descem pelas comportas do cosmos
Trazem consigo, as memórias das estrelas
Como uma folha que mergulha na terra
Buscando beijar o solo molhado
Assim as ondas chegam até mim
Pensando que minha vida flutua
Como se fossem petalas desprendidas
Mas sou eu mesmo
Que se não toma as estrelas como ancora
Afunda nas águas desses mistérios
Como os seixos desprendidos da luz
Adormecidos no profundo do mar
Ficam ali para sempre
sustentando as ruas
Onde as ondas passa apressadas
Para tentar lavar o manto da minha alma
Clavio J. Jacinto
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