Consolação
Vidas que se perdem na dor
Nos áridos caminhos onde falta o amor.
Sublimes palavras não bastam a consolar
Quem, em preces profundas, só sabe chorar.
Gritos eternos de desolação
Sobre campos minados da doce ilusão;
A névoa da vida passa sem cessar,
E os que restam clamam em lamento e agonia.
Voz atroz que sobe do leito das almas,
Nesse aperto, porém, nunca perde a calma;
Esmagada, a vida se dobra à tortura e aflição —
Sofrer em oração torna-se a causa e a razão.
Das lápides frias não vem consolação,
Mas roturas de mágoa e desolação.
Clama a Deus lá do fundo das profundezas finais,
Como âncoras que seguras as naus nos cais.
Do alto, chega enfim o socorro
eternal
À peregrina alma que busca o celestial.
Vem, meu Deus, consolar esses pobres mortais,
Para que em Ti possam, ainda mais, confiar.
C. J. Jacinto
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