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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

CAMINHOS




I-
Passado O tempo da minha eterna infância
Deixei o faz de conta de minhas fantasias
Numa transcendência  de sonhos mais reais
Passei do outono para a primavera da vida
II-
Em que flores mais lindas contemplava
Os perfumes da completitude de todos os sorrisos
Pois nas paragens dos  ideais mais fluem
Os  meus anseios escritos nas estações do amor
III-
Quando ainda criança brindava todas as manhãs
Com rosto inocente a merecer um novo dia
Agora que os anos sublimes se passaram
Alcancei o cume das felicitações com gratidão
IV-
O  futuro é uma porta que foi aberta
Quando os anos bateram para que se abrisse
Dentro dessas horas passei todo o meu tempo
Descobri na juventude uma razão de sobreviver
V-
Como o tempo é um caminho contínuo
Jamais deverei desistir de prosseguir
Que encontre em Deus um motivo de caminhar
Até que veja na aurora, a outra vida chegar...
(Clavio J. Jacinto)

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

(MINHA ESPERANÇA)



(MINHA ESPERANÇA)

I-
Tu és oh minha esperança, estrela no meu firmamento
Como hostes corpóreas, luminárias incandescentes
Dentro de mim luta contra toda a infiel escuridão
Lâmpada agreste que brilha além do âmago Silvestre
II-
Pelas pontas dos ciprestes, as estrelas são beijadas
Tu em mim canta oh minha esperança, a lastima fértil
Como pães sírios revolvidos na doçura do mel
As quedas, precipitação destilada de todos orvalhos
III-
Nas minhas fabulas e nos meus delírios em cântaros
Tu desabrochas em pequenas rosas, oh minha esperança
Como o coentro entre as libações das chuvas sobre o limo
Das ventanias, sopro simbólico de astros no meu  cimo

IV-
Quem abre a janela dos encantos enxerga as minhas naus
Como centelhas polares em brilhos intrépidos de natal
Oh minha esperança, maturação nas pétalas efêmeras caiadas
Nas  entranhas do açúcar que sustenta meu paraíso astral.

V-
Tu me sustentas oh minha esperança,  tão bendita e rosada
Como lampejo que alumia a rua de rodas minhas trovoadas
Eu careço de ti todos os dias, como farol anseia o esplendor
Como a sede que atrai ao néctar das flores, um beija flor

(Clavio J. Jacinto)




(Peregrinatur Terrebis)



(Peregrinatur Terrebis)




(1)
Quando a térrea alma entrou por tal jardim
Na compilação das tragédias desse épico infinito
Nas cavernas aonde as chuvas não chegam
As sombras lá dentro não crêem na luz das estrelas
(2)
Quando em poeira e nevoa o vento mistura
Nos cálices que transbordam em sonhos secos
Vi no lamaçal o grito da lua e o âmago da pouca  luz
Os lugares sombrios do coração assassinam o amor
(3)
Quando esse som sibilante tanto mais me assusta
A penalidade das noites carregadas de folhas mortas
Do pulsar tosco de um coração que orbita no medo
Não tem esperança a alma que se entrega a escuridão
(4)
Quando me estremeço diante dos espectros da vida
Nas escaramuças de velhos guerreiros de fogo fátuo
Que caminho turvo é esse sem orquídeas e aromas?
Preso  estou nesse pesadelo etéreo numa redoma
(5)
O ardor de um grito lacerante na  mais sacra voz
Que despedaça os  grilhões desse vácuo atroz
Dos estilhaços desse susto concreto e tão arenoso
Abro os braços e o sopro desse vento  impetuoso
(6)
Das calhas rasas dos olhos todas torrentes lacrimais
Vi os jardins emergirem das batalhas mais vencidas
Nos pardos pontos do horizonte fogem os chacais
As fontes vitais  renascem cândidas  no porto da vida

(Clavio J. Jacinto)


terça-feira, 5 de novembro de 2019

(HAJA LUZ : E HOUVE LUZ...)



(1)
Desci os degraus para dentro de mim
Por desventuras escadas rumo abaixo
Desejável abrigo de certos sentimentos
Acendi uma luz e entrei nesse portal

(2)
Na superfície havia flores de sorrisos
Mascaras de acácias, lírios de felicidade
Havia até mesmo uma face flutuante dourada
Eram pétalas enrugadas de supostas santidades

(3)
Mas quanto mais eu medroso descia
Uma obscuridade tanto mais me estranhava
Pois que dessa escuridão eu percebia
Que lá dentro coisas me espantavam

(4)
Na baixeza desse lugar do coração
Havia tais gritos espantos incessantes
E em intrépido temor e calafrios
Esfreguei meus olhos num instante

(5)
Vi tumbas e coisas ainda mais medrosas
Trincheiras e outras coisas medonhas
Entes de chagas abertas e vultosas
Coisas terríveis que a pureza não sonha

(6)
De medo minha alma toda estremecia
E abrindo meus olhos olhei
Dos vultos que sobre mim pairavam
De suste horrendo me arrepiei

(7)
Vi chacais e lobos sombrios uivando
Parecem feras e bestas tão mais assustadoras
Cadáveres vivendo nos antros cavando
Feridas agressivas e sofredoras

(8)
Eram as magoas guardadas no meu interior
Ressentimentos, lembranças inóspitas e coisas assim
Tantas feridas de muitas ofensas
Todas vivendo lá dentro de mim

(9)
Mas que de posse de certo perdão
Que recebi desde aquela mais rude cruz
Tomei a coragem a receber  libertação
A luz do evangelho lá dentro acendi

(10)
Oh! Aurora de brilhos benditos e celestiais
Que em esperança dentro de mim se acendeu
Em glória resplandecente de mim removeu
Todas essas dores que me arremessavam aos “ais”

(11)
Desde então a graça e o perdão floresceram
Meu coração em doçuras e eternos mananciais
Que dentro de mim as todas as magoas dissolveram
Em Cristo minha alma descansa em paz


(CLAVIO J. JACINTO)