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quinta-feira, 1 de junho de 2017

Alma Peregrina


Minha alma vai até as nuvens
Á chorar com elas, esses tempos escorregadios
Como as sombras que se escondem por trás das colinas
Ainda penso nos tempos antigos
Quando trocava as palavras com o vento
Criança inocente que dançava na chuva

Minha alma entra nos portais do ontem
Tenta decifrar os enigmas do ser
Como as luzes do pirilampo que chega com o verão
Como dói essa solidão da noite
Meu coração bate forte, a saudade vem sem avisar
Eu choro sem lágrimas

Sou viajante sem dó, como o granizo da tempestade
Vitrais sem janela e perfume sem frascos
Palhas do inverno e folhas caídas do eucalipto
Sou eu mesmo, alma e carne
Como as capas furadas de um livro antigo
Um caminho sem destino, o silencio de um breve sorriso...


CJJ

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