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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A CHUVA E A FELICIDADE



Os céus estão derramando chuvas lacrimais
Molhando a face das montanhas verdes
Véus de neblinas  escondem a serra
Nós ouvimos os pássaros que cantam
A tristeza de um dia sem o sol
As nuvens parecem o tumulo da alegria
A lama parece ser a lapide da coragem
Lembro-me dos respiros que cessaram
Numa noite de angustia, em que um ente partiu.
Longe, um pardal tenta entoar uma canção.
A sinfonia solitária de um pássaro sem alma
Voando na plumagem molhada no tempo
Quero uma xícara de café
Uma fatia de um dia ensolarado
Para revolver meu coração na areia
Devolver esse desamparo que me agoniza
As sobras da noite estão nas nuvens escuras
As fagulhas da brasa se apagam
As flores estão tímidas e silenciosas no jardim
Eu quero ser um homem comum.
Doar parte da minha bondade em forma de arte
A arte de amar com ações
Assim como os céus dizem aos desassossegados
Que o amor vem em forma de gotas de chuva
Para regar o campo, molhar a relva.
Abastecer os rios
Só então nesse despertar da tristeza para a sabedoria
Descobri  que posso ser feliz em um dia de chuva.


Clavio Juvenal Jacinto

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