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sábado, 29 de abril de 2023

Visão Transcedente

 Depois da meia noite

A aurora brilha

Como lampadas fortalecidas

Depois do frio cinzento da noite

Na alva as flores emergem

Em vivazes cores

Tudo se renova depois da aflição

Quando olhamos pra Cristo

Desde dentro do nosso coração

Sorrindo na Tempestade


Sorrindo na Tempestade
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As ondas bravejam neste mar da vida
Nuvens negras se rebelam contra a paz
Fúrias assombram nossa estrada
Tentam escurecer nosso caminho
Espinhos afiados ferem a alma
O naufrágio tanto nos ameaça
Nesse campo ácido em tantas dores
Gritamos um "ai de nós!"
Reconhecemos: somos indefesos mortais
Em meio a essa escuridão
Que tanto nos assusta e nos assola
Mas vimos uma majestosa estrela
Um brilho de aurora Jubilosa
É Cristo quem nos consola
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Clavio J. Jacinto

Amor e Cascalhos

 Amor e Cascalhos


Pedras preciosas e casacalhos

Encontraremos ao longo do caminho

                                            da vida

Salgueiros e desertos

Por todo o percurso da vida

Porém o amor, ah, o amor!

Jamais iremos encontrar fora

Se antes não estiver

Dentro do nosso coração


Singeleza

 Se ao ver o outono

As folhas afogueadas no ar

Me consolo ao adormecer

Na canção do vento norte

Prossigo


Que terna peregrinação é

Seguir a senda da solitude

Num universo de quietude

No arrebatamento da admiração

A esperança


Ao ver a singela flor humilde

No campo e na eira das sementes

Num vago vazio a solitude

Meu coração sorrindo ao simples

Reavivo a esperança

Paciencia

A Paciência

 

É longa a vossa espera?

Homens de fardo de dores!

Seja como a pedra firme

Que é surrada pelas ondas perenes

O tempo impõe tantas aflições

É como um nevoeiro que esconde caminhos

Os atritos e perjuros são longos

As tribulações somam o perpetuo

Como o bravo que nasce

Pra contar as gotas das chuvas

Oh homem! Homem!

Pega a suave e augusta paciência

E segura

Pois quando a vida nos açoita

Precisamos da fé e da paciencia

Pra não florescer a loucura

 

 

 

terça-feira, 25 de abril de 2023

Consumação

 


(Consumação)


Inabalável é Teu Reino

Eterno em substância e viver

Do alto sublime trono

Ergueste sob furiosas rebeliões

O Teu Cetro infinito

Os anjos cantam Hosana!

Glória a Deus nas maiores alturas

Pois a bendita e excelsa justiça

Atará tais laços de ternura

Será a equidade da vida futura

Vencestes oh Senhor

Através da vergonhosa rude cruz

Por entre espinhos despidos

Os cravos penetrantes erguidos

Até subornar a Tua eterna coroa

Mas a vitória teve no tempo

Um estrondoso e épico brado

Pois vencendo o império da morte

Aquele que reinava ao vil pecado

Do grito esplêndido de tua voz

Pra sempre selaste pra sempre

O triunfo

Num grito humano: "Está Consumado"


C. J. Jacinto 

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Viver

 Há uma só razão

Para tocarmos a vida com o coração

Há agora mesmo

Um pedaço infinito da eternidade

Que deveríamos perceber

Se não nos abrirmos a esses fatos

Não saberemos como viver


C. J. Jacinto

Amor

 

 

Em vão é vossos sonhar

Se sonhando

Não vos conceda abrir-se

Ao amor


A terra firme tem 

Um porto seguro

Mas em vão é sonhar

Sem amar



C. J. Jacinto

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Jardim de Esperança

Repousa meu ser em nuvens de flores

Em mar de perfume campos de cores

Descansa a minha alma descalça

Na relva humilde das campinas


O vento sopra entre as cerejeiras

As pétalas brancas flutuam no céu

Ainda que não queira tanto acreditar

As orquídeas dançam no aconchego


Nesse capim seco e folhas antigas

Hortênsias e lírios florescem atônitas

Nas flores do outono de minha infância

Adormeço crendo DEUS é minha esperança

 

Clavio J. Jacinto



Imensuravel


 

 

 

 Se eu adormecer no jardim da admiração, não me despertem para a vida deste mundo, porque a admiração conduz o homem para tudo o que é infinitamente imensurável

C. J. Jacinto

Os Cativos de Togarma

 

  Os Cativos de Togarma



 

C. J. Jacinto

 

 Entre os céus rubros de fim dos tempos, entre a esperança a longo alcance entre terra e mar, o arquipélago de Togarma, destaca-se pelos seus habitantes cativos. O conjunto de ilhas serviu de desterro para certos indivíduos que pensavam por si mesmos. Um grande despenhadeiro ao norte da ilha principal e um farol, uma torre similar á ilha de Pharos e uma arquitetura híbrida de futuro e passado, entre nanotecnologia e figuras góticas, a simetria do caos numa celebre carruagem que flutua nas águas frias do pacifico sul.

Presos aos grilhões invisíveis sob traços de uma idade das pedras, os cativos entoam cantos tristes sufocados, cantam canções aos ventos que fazem as palmeiras e coqueiros tremerem. A liberdade tem um preço alto numa sociedade de ideais baixos, o fim do mundo é o fim da sensatez.

A grande praia que costeava a ilha setentrional estava cheia de pegadas de homens que durante o dia olhavam para a linha do horizonte, sonhando com o ideal de que um dia algum navio de resgate viria para buscar os homens mais sábios do mundo, pois o mundo padeceria sem eles.

O grande dia do resgate, a redenção dos homens sábios, seria um dia glorioso, e a maioria vivia alimentando essa tão preciosa esperança. A humanidade precisava de conselhos, as crianças deveriam aprender sobre as coisas certas e erradas, os jovens precisavam de orientações éticas para estabelecer uma jornada firme na vida. Um mundo carente que se desequilibrava nas incertezas precisava de normas e princípios de vida para não cair no abismo da desilusão.

A grandeza não pode ser diminuída por conta da estima e defesa dos instintos, a transcendência moral não ocorre debaixo da infertilidade do acaso e das incertezas, ela precisa germinar num terreno firme e não em ilusões.

 A população do arquipélago de Togarma experimentava uma paz duradoura, homens sábios estão vivendo suas vidas sensatas, e não há tantas motivações para a inveja de posses, pois cada um deles vivia debaixo de um coqueiro que dava a sombra, a água e o alimento que precisavam, e quando chegavam as tempestades tropicais, se agarravam a eles, pois era tudo o que possuíam para se protegerem dos ventos e das chuvas.

As noites eram singelas e pacificas, as estrelas cantavam a sinfonia do silencio, um decreto perpetuo de majestade que entoava as mais belas poesias sem a necessidade de palavras. E como era comum, o sono era uma escada para os sonhos mais nobres, o sonho da liberdade.

É a liberdade do pensar correto e ser aceito como uma força que coordena a vida para a segurança de todos, um cenário utópico para aqueles dias, pois o mundo era governados por loucos, como se de um laboratório saíssem um numero em serie de psicopatas que se autoproclamavam divinos na astúcia dos instintos mais baixos.

Eu diria com uma certeza veloz, que não há uma prisão mais nobre do que viver a vida na liberdade de consciência, ainda que limitado no espaço e no tempo. O preço que se paga por uma verdade é a opressão daqueles que não suportam ela. Um homem escravo do erro pode ter o mundo todo para fugir e se esconder, mas no final das contas ele é mais cativo, mais prisioneiro, aquilo que nos escraviza dentro de nós é mais cruel e mais devastador, nada pode ser tão trágico quanto uma consciência carcomida pela indiferença, o não sentir o remorso por fazer apologia ao equivoco.

Em Togarma não havia esse tipo de escravidão, a liberdade do coração pode nos levar para os lugares mais amplos da beleza enquanto a escravidão do egoísmo encerra o coração aos recônditos mais abissais das trevas.

Um dia, certo verão, daqueles tão magníficos que o céu parecia ser mais azul, numa manhã ensolarada de brisa amena, estava os sábios reunidos em conferencia naquela praia já citada, e um navio despontou no horizonte, aquela minúscula peça metálica que flutuava nas águas marítimas pouco a pouco se aproximava de uma das ilhas, aquela que estavam reunidos aqueles homens sensatos.

Um raio de esperança brilha naqueles corações que olhavam otimista para o navio que ia se aproximando lentamente, enfim o mundo se lembrou de seus desterrados, com certeza um salto da consciência fez os homens repensarem sobre os crimes cometidos e vieram libertar seus heróis cativos.

Mas o romper da aurora da civilização traz surpresas inesperadas, um arcabouço se abriu, e do navio foram disparados mísseis com ogivas nucleares, sete ao todos, o alvo era cada uma das ilhas.

Uma explosão após outra, as ilhas afundaram, e com elas cada homem sensato, um grande martírio, o fim do mundo, a era dos homens se acabou, o que resta na terra são ébrios sem destino cada qual cavando a própria sepultura para nelas semearem a semente infértil de suas ilusões, era o fim do mundo, o apocalipse que encerra dentro da maldade todos os desesperos dos homens que perderam o significado do amor.