Fui andar nas trilhas da floresta
Caminhos solitarios que abrem a memoria
Resolvendo a poeira da insensibilidade
Encontrei antigos amigos guardados no coração
Da alma brotou alfazemas de saudades
Estação sublime de meus sentimentos adormecidos
Até o sorriso nostálgico que hibernava
Emergiu como a sombra de um poço aberto
As lembranças lustrais se ergueram da solidão
Como a borboleta que voa dos prados
Nos folguedos de estrelas que crepitam na noite
Enquanto a minha vida é revestida de mistérios
Nesse cosmos silencioso de céu brando
Infância de sonhos que choram na tarde
Cada cais desse profundo mar de lembranças
Na velhice me faz sentir eterna criança
Clavio J. Jacinto