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sexta-feira, 7 de julho de 2017

A Necropole



NECRÓPOLE

Em uma cidade silenciosa eu vi
Túmulos grandes e outros tão pequenos
Entre sarças estranhas e ervas daninha
Flores tristonhas em vasos quebrados
As lagrimas todas no mar da saudade
O vândalo obscuro, assustado, sem piedade
Tudo misturado com nuvens celestes
Retratos de tantas gentes que já se foram
Partiram pro além, nos abandonaram
Histórias e sonhos escondidos na terra
Uns conhecidos outros misteriosos
Na solitária palavra de todos os lamentos
Num campo santo, o réu finado
Acorrentado nas ânsias de todas as duvidas
Ouvi as potencias de todos os ruídos
Pássaros cantam no entardecer
Como ancoras, adormecida num oceano
Que foram despertadas pelos açoites das ondas
Uma foz da falácia de todo o egoísmo
Eu vi uma cidade, uma estranha cidade eu vi
Destino sagrado de todo o pó vivente
Uns adormecem no leito frio das incertezas
Outros abraçam a aurora da germinação
Aguardam no vácuo, a ressurreição


Clavio J. Jacinto

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