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terça-feira, 8 de junho de 2010

DERRAMAR...



Vi meus próprios olhos chorarem

As lagrimas de outros,

A dor dos que se foram

E não deveriam morrer

Vi minha alma chorar

O lamento dos pequeninos

Crianças que perderam o sorriso

Na escuridão do passado

Vi meu espírito gemer

O sufocado ar da angustia das pessoas

Que aprendemos amar

Sem ao menos conhecer,

Mas sou um humano na humanidade

Sou parte de um todo

E cada um parte de mim mesmo

Isso é algo transcendente

Mas eu vi meu coração gritar

Fazer coro com os pais que perderam filhos

Filhos que perderam pais

Amigos que perderam amigos

E o meu ser se derrama como o cálido mar

Como aquelas noites quase eterna

Nas distantes terras do frio

Se fundem entre o espaço e o gelo

Eu choro por mim mesmo

Essa dor aguda que penetra em mim

Ferida aberta pela sensibilidade

Por me considerar um todo com a humanidade

MISTÉRIOS



Conte me um mistério

Um conto pra adormecer

Se nesse mundo

Tantas coisas acontecem

Ruins e boas,

Conte-me um daqueles contos de inocentes

Que morrearam assasinadas

Em guerras ou seja lá o que for

Conte me uma historia trágica

Para engrossar o caudaloso rio dos mistérios

Daqueles que nasceram para viver e se foram

Sepultando o sonhos dos outros,

Conte-me um mistério

Ou mil mistérios, como este:

Da existência de ateus e teistas

Ambos vivendo no mesmo mundo

Empurrado por uma mesma rotação

Mas andando em caminhos contrários

Ah, filósofos, seus argumentos são nevoas

Ah, religiosos, seus argumentos são fracos

Em quem devo crer?

Não é uma crise que estou passando,

Apenas uma luta contra esses mistérios

E essa minha mente que penetra das dimensões

Onde repousam as mais complexas questões

Conte-me um mistério

Para repousar na noite das minhas agruras,

Já que de mim mesmo nada tenho,

Espero que o tempo me revele essa obscuridade,

Acho que a vida é uma meia noite cósmica...

CÓSMICO


cosmico

Manhãs cósmicas

Invadem meu coração

Pedaços de luz recheados

De beleza do brilho de um olhar

Aquela princesa de meus sonhos

Que atravessa as noites

Da minha vida

O começar de um sorriso

Um ouvido profundo

O bater de meu coração

Oh tu que invades meu ser

Me faço teu por um momento

Pra fazer estória pra mim

Nesse oceano de amor que sinto

O lamento de ser tão distante

Que se afugenta como aquelas nevoas

Nas montanhas depois da chuva.