As rosas deixaram seus ninhos de dor
Entregaram seus espinhos e perfumes
Celebro a solidão desse deserto
Como folha solitária de jardim morto
As vezes meu choro, é o único orvalho
Meu lamento, o ultimo murmúrio
Só eu entendo a tristeza
Porque as tristezas alheias, são meus enigmas
O que faz essa brasa que se apaga?
São restos mortais de um fogo de estrelas?
A chuva do meu suor cai sobre o solo insípido
A lua declara seu terno olhar, e me rodeia
Como se fossem os vestidos da noite estrelada
Fugiram as rosas desse lenço escondido
Veu do bolso de meus profundos gritos
Uma hélice que dança com o sopro astral
Assim é meu coração congelado da dor
Vejo teu rosto escrito numa saudade
As areias da ampulheta derramada na minha alma
Sufocando o ente que morre em mim
Meu espírito cansado dessa eterna espera
Tentando acender as promessas de um dia sem sol
Vou me embora de mim mesmo
Estou cansado desse sonho que se fez fardo
Porque descobri que as rosas jamais perdem seus espinhos
E a vida terrena jamais perdeu as suas dores
Enquanto viver
Busco a relva do inverno desamparado
Porque é esse frio medonho
Que faz a minha alma se esconder da vida
E viver congelada dentro desse antro colossal
Chamado dias de tantas aflições
Vou embora
Meu adeus e minha despedida
Estão escondidas nas dunas do passado
Lugar que ainda sobrevivem os traços
Daqueles castelos que construi com tanto amor
Com os sonhos e matérias que tomei do futuro
A vida, meu amigo é um presente
Mas nem sempre vem com as nossa cores preferidas
Por isso a gratidão é um caminho silencioso
Onde entendemos que é
melhor viver na dificuldade
Do que não viver sem lutar
Quero apenas ser um alma com paradeiro
Que me encontre os espinhos da rosa
Porque das pétalas já tomei como leito para fazer
Minha alma adormecer em seus perfumes...
CJJ